Quando fui apresentada a Bete aos 11 anos não tinha ideia de quem era muito menos o que ela representaria na minha vida, mas, algo marcou este importante evento. Eu tinha uma amiga na época do colégio, tão gordinha quanto eu. No final do ano letivo olhávamos uma para a outra e dizíamos: ano que vem eu volto magra!

Entrava e saía ano e nenhuma de nós duas conseguíamos alcançar este objetivo. Já, em dezembro de 1985, no dia 24, véspera de Natal, a Bete surgiu e com ela emagreci 12 Kilos em um mês.

Fevereiro do ano seguinte eu retornei à escola diferente: voltei esbelta! Esta amiga então perguntou o que eu tinha feito para finalmente alcançar esta meta que há tanto tempo buscávamos, e, sem saber muito bem o porquê ou o significado disso, apenas disse que tinha ficado diabética.

Ela então, nitidamente ofendida, esbravejava que eu estava escondendo dela o que tinha feito para isso e “marcou” de me encontrar na hora da saída para um “acerto de contas”. Que loucura! Risos para não chorar…

Sem saber da complexidade da Bete naquele momento da minha vida, o impacto mais marcante foi que finalmente eu estava MAGRA! Se eu disser que tive algum outro choque com a notícia estarei mentindo. Na ocasião a falta de maturidade por si só, não permitia que eu entendesse o que realmente estava acontecendo.

Hoje, muito mais madura, alguns questionamentos vem à tona: o que é beleza? Ser magro? A qualquer custo? Pois eu estava magra, mas não estava saudável!!!

Então, os padrões de beleza impostos pela sociedade são, no mínimo,  cruéis!

Não se submeta a esta ditadura  de que o belo é ser magro! Seja saudável e viva feliz! O que é bonito para você não necessariamente é para o outro! Como diz aquele ditado: “o que seria do amarelo se todos gostassem do azul!?” Cada um de nós tem seu lugar ao Sol, e seu brilho depende somente de você acreditar que sua beleza é única, pois ela transcende o físico…. o que possui dentro de si é muito mais valioso! Afinal de contas a beleza o tempo apaga e o que te diferencia do outro é exatamente o que você é e aquilo que representa!  Gostar de si mesma, valorizar e aceitar-se como é. Movimentar a mente e o espírito é tão importante quanto mexer o corpo.

Como já disse o filósofo francês Michel de Montaigne, no século 16: “A pior desgraça para nós é desdenhar aquilo que somos.”

De voz e de vida a quem você realmente é: em toda a sua complexidade e magnitude que isso representa!